SANTA FÉ, ARGENTINA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou a possibilidade de inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência por meio de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) paralela que já tramita no Senado. Segundo o ministro, a medida impactaria em uma economia de R$ 350 bilhões e seria fundamental para o Brasil. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro, que também está na Argentina, afirmou que, caso a possibilidade seja aventada (incluir estados e municípios na reforma), será por uma PEC paralela .
- Nós estamos falando do Brasil, não é só a União. Se voltam R$ 350 bilhões via Senado, isso é bom para o Brasil, porque estados e municípios também participam desse ajuste que o sistema previdenciário precisa - disse Guedes.
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A declaração foi dada na noite desta terça-feira em Santa Fé, na Argentina, onde o ministro partiipará da 54ª Cúpula do Mercosul.
- Temos que esperar e eu confio no Congresso. Agora vai entrar em campo o Senado, que tem a possibilidade não apenas de ratificar esta vitória, como também de estender e dar uma nova dimensão, poderia ser estados e municípios - completou.
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A estratégia de inclusão de estados e municípios tem ganhado força no Senado, e tem o apoio do provável relator da matéria na Casa, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Em entrevista ao GLOBO, publicada no domingo, o tucano disse que a chande de reincluir os governos locais na reforma é grande.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também defende a volta de estados e municípios à reforma e estimou que a proposta seja votada na Casa entre 45 e 60 dias depois de ser aprovada na Câmara.
A economia esperada por Guedes era de R$ 1 trilhão, mas as alterações no texto da reforma na Câmara, aprovada em primeiro turno na semana passada, reduziram essa economia a R$ 900 bilhões.
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Depois de muita polêmica, os deputados deixaram mudanças no sistema de aposentadoria de estados e municípios de fora da proposta. Em agosto, a Casa ainda precisa votar a reforma em segundo turno, antes de ela seguir para o Senado.
Questionado se estava satisfeito com a economia de R$ 900 bilhões, Guedes evitou a fazer declarações diretas.
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- O que eu pedi da reforma da Previdência? Nós pedimos um trilhão. Quando cedemos o BPC (Benefício de Prestação Continução) e o rural, entendemos. Não gostamos de outros cortes, mas estamos esperando o trabalho do Congresso, confiando e aceitamos o resultado - respondeu.
O ministro comentou ainda que os números indicam uma retomada do crescimento no país.
- Nossos indicadores começam a indicar uma ligeira virada - disse Guedes, reforçando que o próximo passo é apresentar a reforma tributária. - Agora vamos entrar com reforma tributária: vamos simplificar e reduzir alíquotas, integrar impostos.
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Quanto ao Mercosul, Guedes fez algumas críticas ao bloco, referindo-se ao passado:
— O Mercosul serviu para fechar e isolar a economia brasileira. Ou o Mercosul vira instrumento de integração (ao mundo) ou não nos interessa. O Mercosul mudou, mas não temos certeza do futuro. Teremos uma eleição na Argentina.